Golden Share

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As golden shares têm origem no Reino Unido, no âmbito do processo de privatizações realizado, a partir de 1979, pelo governo da primeira-ministra Margareth Thatcher. 

Apesar de a diminuição da intervenção estatal na administração das empresas públicas constituir um dos evidentes objetivos da privatização, o governo entendeu que, mesmo após a transferência do controle dessas companhias a particulares, certo grau de intervenção ainda deveria ser mantido. Como grande parte das sociedades privatizadas tinha importância estratégica para a economia do Reino Unido e era incumbida da prestação de serviços públicos essenciais, não se podia permitir que tais companhias ficassem vulneráveis a determinadas circunstâncias, como falência, interrupção das atividades ou transferência de controle acionário, especialmente mediante a aquisição hostil (hostile takeover) por parte de estrangeiros.1 

Assim, durante o processo de privatizações, o governo procurou criar mecanismos para neutralizar a vulnerabilidade das antigas empresas estatais. Um desses mecanismos, senão o principal deles, foi justamente a golden share

No Brasil, a chamada “ação de classe especial” foi originalmente prevista pela Lei 8.031/1990, que institui o Programa Nacional de Desestatizações – PND. Seu art. 8º, reproduzido nas normas que regulamentaram a lei, dispunha: “sempre que houver razões que o justifiquem, a União deterá, direta ou indiretamente, ações de classe especial do capital social de empresas privatizadas, que lhe confiram poder de veto em determinadas matérias, as quais deverão ser caracterizadas nos estatutos sociais das empresas (…)”.

Posteriormente, o poder de veto foi ampliado para “poderes especiais”, quando a lei 8031 foi revogada pela Lei 9.491/1997.

=> Ver mais: https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/233/edicao-1/golden-shares

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