A aproximação entre a prefeitura e o Secovi para mudar a Lei de Zoneamento
Na medida que a controversa mudança na Lei de Zoneamento de São Paulo avança, fica cada vez mais explícita a aliança entre a prefeitura de São Paulo e o Secovi, sindicato patronal do mercado imobiliário, na campanha pela sua aprovação. Recentemente, foi flagrada pela imprensa a participação direta de uma técnica do Secovi na elaboração de justificativas para a mudança da Lei. Mais do que isso, o presidente do Conselho Consultivo do Secovi-SP, Claudio Bernardes, acumula também a presidência do Conselho de Gestão da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento.
Doria abre mega evento promovido pelo Secovi: na pauta Lei de Zoneamento
A seletividade da participação e apoio da prefeitura a eventos promovidos para debater o assunto é outra forte indicação da preferência do poder público municipal pelos interesses daquela entidades patronal.
Como anunciado em página inteira do Estadão do último domingo, o prefeito João Doria deverá abrir o Summit Imobiliário Brasil 2018, promovido pelo jornal e o Secovi. Programado para 9 de abril, o evento conta também com o Sinduscon-SP na sua lista de apoios institucionais. As inscrições variam de R$ 1.995 a R$ 2.685, sendo este último valor para membros do público sem qualquer vinculação com o Secovi ou o jornal.
Na agenda, o painel “Organizando a casa e as ideias: o zoneamento na gestão Doria”, ver no site do evento.
Já no caso do IAB, prefeitura e sindicatos patronais foram convidados mas não compareceram
Por outro lado, a Rede Brasil Atual publicou matéria sobre debate realizado no IAB, Instituto dos Arquitetos do Brasil, no final do mês passado, segundo a qual a proposta da gestão Doria em alterar a lei de zoneamento urbano recentemente aprovada para São Paulo sofreu duras críticas “por atender apenas a interesses das construtoras”. Prefeitura e sindicatos patronais foram convidados mas não compareceram.
“Segundo a organização do evento, a secretária Municipal de Licenciamento e Urbanismo, Heloísa Proença, foi convidada, tinha confirmado presença, mas depois declinou e não enviou representante. O Secovi e o Sinduscon – sindicatos dos empresários do mercado imobiliário e da construção civil – rejeitaram o convite para o debate.”
A matéria acrescenta ainda que
“Os especialistas concordam que a lei necessita de adequações pontuais, mas consideram que a gestão visa apenas atender às exigências do mercado imobiliário, cujas entidades representativas foram as únicas efetivamente ouvidas até agora, na elaboração da minuta do projeto de revisão.”