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Desigualdade em São Paulo também na poluição do ar

Poluição afeta mais quem anda de ônibus do que de carro em São Paulo

“Há desigualdade em São Paulo também quando o assunto é poluição do ar”. Com esta frase, o Jornal USP de ontem (13/2) abre matéria que relata conversa com Maria de Fátima Andrade, professora do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP. Segundo o Jornal da USP,

A constatação foi possível a partir de um projeto financiado pela Fapesp de que Maria de Fátima participa. Segundo ela, o objetivo é comparar níveis de poluição em três regiões metropolitanas: São Paulo, Londres e Roterdã. A ideia é fazer uma comparação de exposição à poluição entre os usuários de automóveis, metrô, trem e bicicleta durante o trajeto casa-trabalho.

Além disso, quem vive nas periferias também está mais exposto:

Passageiros de ônibus que fazem longos trajetos diários estão mais expostos à poluição do que motoristas de carro ou passageiros de metrô. Há também uma diferença significativa entre os níveis de poluição em locais como faixas de ônibus, pontos de ônibus e nas principais vias da cidade.

[…] Além disso, os resultados do projeto também combatem a ideia de que necessariamente nas periferias há menos poluição por estarem distantes do centro. Isso porque os meios de transportes nessas regiões costumam ser mais antigos e, por isso, de categoria que permite emitir mais poluentes

A pesquisadora argumenta também que não se deve “considerar somente o tráfego como uma questão de planejamento, mas também levar em consideração a exposição a que as pessoas estão sujeitas”, concluindo que veículos menos poluentes deveriam prioritariamente ser alocados nas periferias.

A pesquisa contou com o apoio da FAPESP.

Ver a reportagem => Estudo auxilia planejamento de tráfego considerando riscos à saúde.

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