Uma construtora lançou um empreendimento em São Paulo com 72 apartamentos, ou “estúdios”, de 10 metros quadrados. Situado na rua das Palmeiras, Vila Buarque, cada unidade sairá a R$ 99 mil, ou R$ 9.900 o m2.
A revista Veja assinala que “de acordo com a construtora, trata-se do menor apartamento da América Latina”.
Valor do metro quadrado na região é de R$ 7.539
Segundo ainda informa a Veja, o valor do m2 na região é mais baixo:
“O empreendimento, chamado de Nova Higienópolis, ficará na rua das Palmeiras, próximo ao centro de São Paulo. Embora o nome do empreendimento faça referência ao bairro nobre de Higienópolis, ele fica localizado na Vila Buarque, onde o valor do metro quadrado, segundo o site Agente Imóvel, é de 7.539 reais.
O empreendimento terá ainda outras 39 unidades maiores (até 77 metros quadrados). O prédio disponibilizará cozinha, utensílios e lavanderia para compartilhamento, bicicletas, academia e fechadura biométrica”.
Valor do metro quadrado “entre os maiores da cidade”
A professora Raquel Ronik, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, FAU, em entrevista na Rádio USP, avalia que o valor cobrado está ente os maiores da cidade. Lembra que a discussão da moradia de tamanho mínimo data dos anos 20, e é histórica na Arquitetura.
Mas, ao contrário do que deve acontecer no caso, perseguia a utopia de uma produção em série de pequenos imóveis, a preço baixo. Em seu entorno, o estado deveria garantir facilidades públicas direcionadas às “necessidades vitais de viver”: áreas verdes, áreas de lazer, creches, lavanderias comunitárias, etc. A informação é do Jornal da USP:
“O tema tem gerado controvérsia, e a professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, Raquel Rolnik, comenta que “estamos passando por uma transformação em nosso modo de morar”. No mundo inteiro, segundo ela, cresce a quantidade de moradias onde vive apenas uma pessoa.
Para Raquel, existe “toda uma discussão histórica, dentro da Arquitetura e do Urbanismo, sobre a questão da habitação mínima”. Mas, naquele momento, o debate era “como conseguir produzir uma habitação de baixo custo, para poder atender à necessidade de morar de todas as pessoas”, diferente da situação atual, em que uma “unidade mínima, de 10 metros quadrados, vai custar R$99 mil, um dos maiores valores por metro quadrado da cidade”.