O portal G1 divulgou ofício enviado pelo presidente da estatal, Antônio Claret de Oliveira, ao ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella Lessa. Com data de 17 de agosto, teria sido entregue seis dias antes do anúncio do pacote das privatizações, que foi dia 23.
“Em ofício reservado a que o G1 teve acesso, Antônio Claret escreveu ao ministro dos Transportes, Maurício Quintella Lessa, demonstrando preocupação com o futuro da empresa. Ministro acredita em sustentabilidade da estatal.”
Congonhas, “Joia da coroa”
Mais adiante, segundo a reportagem, o ministro afirmou que “estávamos trabalhando com a perspectiva de Congonhas ficar na Infraero”. E que, ao saber que Congonhas havia sido incluído no pacote de privatizações do Governo Federal, se manifestou contra a sua concessão ao setor privado. Como alternativa era favorável a um modelo de abertura de capital:
“Quintella afirmou ser contrário à concessão de Congonhas, mas acatou a decisão do governo. O ministério tinha planos de abertura de capital de um bloco de aeroportos liderado pelo aeroporto paulistano, tido como a joia da coroa da Infraero por ser o mais lucrativo da rede.”
Concessão de Congonhas, junto a outros aeroportos superavitários, custaria R$ 3 bilhões por ano à União
A matéria enumera ainda 3 consequências bastante adversas da concessão dos aeroportos superavitários
- Absorção de mais de 1.600 funcionários dos blocos de aeroportos a serem concedidos. Isso porque acordo trabalhista assegura estabilidade até 2020 dos empregados e, historicamente, 80% dos funcionários de aeroportos concedidos decidem manter-se na Infraero;
- Fluxo de caixa negativo de cerca de R$ 400 milhões anuais, durante mais de 15 anos;
- Comprometimento do orçamento da União em mais de R$ 3 bilhões por ano para manutenção do custeio da estatal
O G1 publica também imagem reproduzindo o ofício.