Poluição em São Paulo - 15/10/2014 às 15:11

São Paulo: estudos preveem mais chuva e mais mortes por poluição atmosférica

Não foram nada boas, para a saúde e o meio ambiente paulistano, notícias de estudos de duas entidades diferentes publicadas ontem, 14/8, Dia de Combate à Poluição.

Poluição atmosférica causou 11.200 mortes precoces no Estado em 2015

O primeiro deles, do Instituto Saúde e Sustentabilidade, mostra o que chamou de “dados alarmantes sobre os poluentes atmosféricos em São Paulo”:

“Eles foram a causa de 31 mortes precoces por dia no Estado em 2015, ou um total de 11.200 no período – mais que o dobro das mortes provocadas por acidentes de trânsito (7867), cinco vezes mais que o câncer de mama (3620) e quase 6,5 vezes mais que a AIDS (2922).  Permanecer duas horas no trânsito da capital equivale a fumar um cigarro”.

As previsões de longo prazo também são sombrias:

“Mantendo-se os níveis de poluição do ar no estado como hoje, até 2030 teremos 250 mil mortes precoces e 1 milhão de internações hospitalares com dispêndio público de mais de R$ 1,5 bilhão, em valores de 2011”.

O estudo confirma conclusões igualmente preocupantes sobre a poluição do ar em São Paulo de outra análise lançada mais cedo, em junho deste ano, ver Qualidade do ar: apesar de melhora, números continuam a preocupar.

CETESB mais branda com a qualidade do ar do que a Organização Mundial de Saúde

O Instituto Saúde e Sustentabilidade chama também a atenção para o fato de os níveis dos padrões de qualidade do ar paulistas e nacionais serem superiores aos níveis críticos de atenção e emergência determinados por outros países:

“O padrão anual de qualidade do ar paulista foi ultrapassado por medidas de 5 estações automáticas (9,6%) pela régua da CETESB. Mas empregando-se os parâmetros da OMS, o limite aceitável foi ultrapassado em 48 estações automáticas (92%).  Já o monitoramento da concentração das médias diárias do particulado inalável MP10 exemplo em todas as estações automáticas do estado de São Paulo ao longo de 365 dias mostra que ele ultrapassou os padrões da OMS 2214 vezes, mas apenas 128 vezes os padrões usados pela CETESB”.

Mais chuva em São Paulo

O segundo estudo envolve uma pesquisa de doutorado apoiada pela FAPESP, desenvolvida no Departamento de Geografia da University of California em Santa Barbara. A pesquisa compreende os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, tendo sido publicada  no International Journal of Climatology.

A previsão é de mais chuva em São Paulo. Já para o Rio e o Espírito Santo, menos chuva, mas tempestades mais frequentes:

“As mudanças climáticas estão alterando o padrão de chuvas no Brasil, particularmente no Sudeste. É o que indica uma nova pesquisa que aponta um aumento médio tanto no volume de água quanto na média de dias em que chove no Estado de São Paulo. O trabalho foi feito com mais de 70 anos de dados meteorológicos.

No Rio de Janeiro e no Espírito Santo, a estimativa é de redução no volume médio da precipitação para os próximos anos, mas com concentração em menos dias e ocorrência de mais eventos extremos. Ou seja, deverá chover menos, mas com chuva mais intensa e tempestades mais frequentes”.

Mais informações:

Poluição mata duas vezes mais que o trânsito em São Paulo;

São Paulo deverá ter mais chuva nos próximos anos, indica pesquisa.