Virada Cultural 2017: mais dispersão, menos público

A iniciativa da gestão municipal em dispersar os eventos da Virada Cultural pela cidade, segundo diversas avaliações, levou à drástica redução do seu público. Má organização, e sensível piora da qualidade artística, se adicionam às críticas.

Análise publicada pelo O Estado , “Virada no centro perde potencial artístico e recebe público menor“, assinala que  “Sem shows de artistas com maior poder de atração de massas, que ocorriam principalmente no Palco Julio Prestes, a festa recebeu um público visivelmente menor do que em outras edições, talvez o menor de seu histórico, uma nova realidade que provoca efeitos colaterais positivos e negativos na data que é, ao lado da Parada Gay, a maior do calendário cultural na Cidade”.

E prossegue: “Sem shows maiores, houve um esvaziamento artístico na programação, com a substituição de nomes de abrangência ou relevância por artistas e projetos sobretudo focados em releituras de outros trabalhos”. A matéria também não poupa críticas críticas à organização do evento e à qualidade do som, “dos piores no histórico das Viradas”.

Como pontos positivos, é assinalado que “A redução do perímetro, que excluiu o distante Julio Prestes, proporcionou um deslocamento melhor e mais rápido para quem foi ao Centro. A segurança nos pontos visitados pela reportagem era intensa e zonas delicadas, como a Praça da República, estavam muito bem iluminadas”.

Ainda segundo O Estado, o prefeito culpou a chuva pela baixa audiência, ver “Doria culpa a chuva e o tempo ruim pelo esvaziamento da Virada Cultural: ‘Foi São Pedro’”.

Já análise publicada pela Folha, “Descentralizada, primeira Virada de Doria tem falhas e shows vazios“, também critica pelo baixo público e má organização, isentando inclusive a chuva de culpa: “A primeira Virada Cultural de João Doria não virou. O evento, marcado pela descentralização e com os principais espetáculos musicais espalhados por São Paulo, será lembrado por falhas e apresentações quase vazias. A chuva que caiu durante boa parte do tempo foi o menor dos problemas para o público, que teve de viajar pelas cinco regiões da cidade para curtir os shows”.