Mercadão SP

Aberta a licitação para concessão do Mercadão e do Mercado Kinjo Yamato

O Diário Oficial do Município de São Paulo publicou na última sexta feira (27/09), em sua pg. 54, edital “que tem por objeto a seleção de proposta mais vantajosa para a celebração de contrato de concessão de restauro, reforma, operação, manutenção e exploração do Mercado Municipal Paulistano e do Mercado Kinjo Yamato no Município de São Paulo.” A data para abertura dos envelopes está marcada para 7 de novembro às 11h.

Detalhes foram publicados no site da prefeitura:

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria do Governo Municipal (SGM), publica amanhã (27/09), no Diário Oficial do Município, o edital de concessão do Mercado Municipal Paulistano (conhecido como Mercadão) e do Mercado Kinjo Yamato, ambos no Centro da cidade. A licitação, na modalidade de concorrência nacional, prevê que a iniciativa privada opere os equipamentos pelo prazo de 25 anos. A concessão dos mercados significará benefícios econômicos para a cidade da ordem de R$ 143,7 milhões, incluindo a outorga fixa cujo preço mínimo é R$ 26 milhões, além dos investimentos previstos no edital (R$ 87,9 milhões).

O vencedor deverá ainda pagar, anualmente, uma outorga variável para a Prefeitura, que será calculada mediante aplicação de alíquota entre 5% e 10% sob a receita bruta. A alíquota será mensurada conforme desempenho da empresa no desenvolvimento das atividades e na administração dos mercados. Quanto melhor o serviço prestado, menor a alíquota, obedecendo-se a alíquota mínima de 5%.

=> Prefeitura de São Paulo publica edital para concessão do Mercadão e do Mercado Kinjo Yamato (PMSP 16/09/19)

Mercadão completou 86 anos em janeiro

O Mercadão foi inaugurado em 25/01/1933, sendo que suas obras começaram em 1928. Interessante observar que, na época, foi situado em local logisticamente planejado, uma vez que estava nas proximidades de um porto fluvial, o Porto Geral, no rio Tamanduateí, que agora virou nome de ladeira, da rede ferroviária (Estação Sorocabana), e instalado “no quadrilátero entre as ruas da Cantareira, Comendador Assad Abdala, Mercúrio e Avenida do Estado”. Sua inauguração teve que ser adiada devido à revolução de 1932, e foi tombado, escapando de demolição nos anos sessenta, graças à resistência dos permissionários e de simpatizantes. As informações são da prefeitura:

O Mercadão é visita obrigatória para turistas de todo o Brasil e de outros países. Em seus 261 boxes são negociados produtos de açougue, adega, embalagens, frios e laticínios, hortifrutículas, lanchonete, mercearia, padaria, peixaria, rotisseria, tabacaria e utilidades domésticas, além de possuir caixas eletrônicos e casa lotérica.

O local teve suas obras iniciadas em 1928. Foi projetado para substituir o antigo mercado que ficava na Rua 25 de Março. Como São Paulo era a cidade do café, sua localização, no quadrilátero entre as ruas da Cantareira, Comendador Assad Abdala, Mercúrio e Avenida do Estado, foi cuidadosamente pensada pois, na época, ficava próximo à rede ferroviária, na Estação Sorocabana, e às margens do rio Tamanduateí, próximo ao Porto Geral. Lá as mercadorias eram desembarcadas ou embarcadas e transportadas ao longo do rio.

A arquitetura do imóvel foi projetada para ser um marco histórico paulistano pelo arquiteto Ramos de Azevedo. Foi construído numa área de 12.600 m²e possui pé direito que chega a 16 metros de altura. Reúne vários estilos arquitetônicos, o que lhe proporciona acabamento sofisticado, que explora a iluminação natural por meio de claraboias e telhas de vidro. Seus vitrais em estilo gótico foram criados pelo artista russo Conrado Sorgenicht, que também é o autor dos vitrais da Catedral da Sé, do Theatro Municipal, da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da Estação Sorocabana e de mais de 300 igrejas espalhadas pelo país. Ao todo, são 32 painéis subdivididos em 72 lindos vitrais.

Quando as obras terminaram, São Paulo se encontrava em meio aos combates da Revolução Constitucionalista de 1932, e o prédio se tornou depósito de armas e munições. Assim, sua inauguração ficou adiada para o ano seguinte, tendo a data do aniversário da cidade, 25 de janeiro, como o da sua abertura. No entanto, foi no final da década de 1930, com o surgimento das primeiras linhas de bonde na região, que a popularidade do Mercadão começou a crescer.

Durante os anos 60, graças ao esforço dos proprietários dos boxes,  feirantes e simpatizantes, que inscreveram o prédio no Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat), foram conseguidos recursos para restaurá-lo, evitando uma demolição que estava sendo planejada. Outras duas pequenas reformas no local foram feitas entre 1970 e 80.

=> Mercadão de São Paulo completa 86 anos (PMSP 24/01/19)

Antecessor do Mercadão, o Kinjo Yamato está na rua Cantareira desde 1922

O Mercado Municipal Kinjo Yamato teve início no “Mercado Caipira”, situado inicialmente na Várzea do Parque Dom Pedro, e inicialmente dedicado à comercialização de produtos originados em lavouras de imigrantes japoneses. Em 1922 mudou-se para a rua Cantareira, onde permanece até hoje. Junto ao Mercadão, passou a formar o Complexo Cantareira, e com ele compartilha a sua história: “Já durante a Revolução Constitucionalista de 1932 o local foi utilizado como enfermaria, enquanto o Mercadão serviu como depósito de armas”. Mais detalhes podem ser encontrados em seu site, mantido pela Associação dos Comerciantes do Mercado Kinjo Yamato (Acomerky):

A história do Mercado Municipal Kinjo Yamato tem início no antigo “Mercado Caipira” ou “25 de Março dos produtos hortifrutis”, como era chamado o local antes instalado na Várzea do Parque Dom Pedro e que se tornou conhecido pela comercialização de frutas, legumes e verduras provenientes dos campos onde trabalhavam imigrantes japoneses. Como complemento de renda, esses imigrantes traziam os produtos que sobravam da colheita para vendê-los no centro da capital paulista de maneira informal.

Em 1922 o chamado Mercado Caipira mudou-se para o número 377 da Rua da Cantareira. O novo local – que foi adquirido pela Prefeitura de São Paulo – até então era utilizado pela Light (atual Eletropaulo), companhia que acomodava os bondes (meio de transporte coletivo utilizado na época) numa espécie de estacionamento. Ainda hoje as ruas de paralelepípedos são mantidas preservadas.

Originalmente a céu aberto, o mercado – que ocupa uma área construída de 4.550 metros quadrados – recebeu em 1936 a doação de uma cobertura que veio da Escócia e inicialmente seria usada na estação de trem que ficava no Anhangabaú. Mas foi bem mais tarde, em 1988, quando da comemoração dos 80 anos de imigração japonesa no Brasil, que o local foi batizado de Kinjo Yamato. O nome foi escolhido para homenagear o primeiro imigrante japonês a se formar em Odontologia.

Hoje o Kinjo Yamato forma, junto com o Mercado Municipal Paulistano (Mercadão), o Complexo Cantareira. Os dois mercados compartilham de histórias em comum não só no que diz respeito à comercialização de produtos. Durante o período de construção do vizinho Mercadão, o Kinjo foi utilizado como base de construção. Já durante a Revolução Constitucionalista de 1932 o local foi utilizado como enfermaria, enquanto o Mercadão serviu como depósito de armas.

A Associação – Em 1999, atendendo ao decreto que transferiu as responsabilidades da Prefeitura na administração dos serviços de apoio e manutenção de Mercados Municipais, os permissionários locais passaram a ser representados pela Associação dos Comerciantes do Mercado Kinjo Yamato (Acomerky).

=> http://mercadokinjoyamato.com.br/quem-somos