Pesquisa da USP identifica impactos de agrotóxicos na saúde de agricultores familiares

O uso cada vez mais intensivo de agrotóxicos tem impactado não só a saúde dos consumidores mas também a dos pequenos produtores. Esta é a conclusão de uma pesquisa realizada pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP nos municípios de Pimenta e Capitólio, em Minas Gerais.

Dor de cabeça, dermatite, surdez e depressão foram identificados como resultantes do manejo desprotegido de agrotóxicos por agricultores familiares, como indica estudo divulgado no início de outubro pelo Jornal da USP.

A omissão do poder público na fiscalização e a falta de orientação, associadas ao constante estímulo ao uso de agrotóxicos nos locais de comércio de insumos agrícolas, são as principais causas do problema segundo os pesquisadores.

A matéria mostra ainda que, segundo o Protocolo de Avaliação das Intoxicações Crônicas por Agrotóxicos publicado em 2013 pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, uma falha adicional é a subnotificação, ou seja, casos de intoxicação não serem reconhecidos como tal devido à ausência de instrumentos clínicos adequados para o diagnóstico.

Uma das pesquisadoras, Nicole Blanco Bernardes, afirma na reportagem que:

“É difícil fazer um diagnóstico da situação pois os órgãos fiscalizadores são um pouco precários e não temos uma notificação precisa do número de infecções. A grande maioria das intoxicações é crônica, de forma que os sintomas surgem depois de muito tempo de exposição, a não ser em casos de acidentes.”

Resistência ao uso de EPI devida ao calor e linguagem técnica inacessível

A reportagem também cita a professora Marilise Mesquita, da Faculdade de Saúde Coletiva do Rio Grande do Sul/UFRGS, sobre a resistência ao uso de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) e a dificuldade em entender a linguagem dos rótulos dos produtos:

“Existe uma série de fatores que afastam o uso de EPI na região Sul. Um deles é o clima. Ninguém consegue usar, durante horas, macacão, botas, óculos e luvas num calor de 40 graus Celsius. Os equipamentos de proteção não foram feitos para o clima tropical. Além disso, os agrotóxicos têm um rótulo com uma linguagem extremamente técnica, inacessível para pessoas que não terminaram o ensino fundamental, como é o caso de 70% dos trabalhadores da região. Eles não têm ideia do que estão usando e quais os perigos à saúde.”

Alternativa: adubos naturais

Como alternativa aos agrotóxicos, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) de Minas Gerais tem adotado iniciativas agroecológicas para fornecer alternativas aos agricultores, como a substituição do uso de agrotóxicos por adubos naturais.

Ver a matéria => Estudo relaciona uso de agrotóxicos a problemas de saúde entre agricultores familiares de Minas Gerais




Arquivo

Tags

Anhembi Bilhete Único Coronavirus Covid19-Dados Cracolândia Cultura Cursos Câmara Municipal Desenvolvimento Desigualdade Doações Educação Enchentes Habitação História Ibirapuera Interlagos Legislação LT Ibirapuera LT Licitação de ônibus LT Pacaembu Meio ambiente Mercados e sacolões Mobilidade urbana Mobilizações Ocupação do solo Orçamento-PrefeituraSP Pacaembu Parques Participação popular Pendências judiciais Pesquisa e tecnologia Planejamento População Programa de Metas Saúde Segurança Serviço Funerário SP Negócios Terminais de ônibus Transparência Transporte Trânsito Zeladoria Álvaro