Desmatamento

Extinção das Reservas Legais causaria ao Brasil prejuízo de quase um PIB por ano

Pesquisa divulgada pelo Jornal da USP concluiu que se as reservas legais do Brasil fossem legalmente desmatadas, o prejuízo seria da ordem de R$ 6 trilhões por ano. Ou seja, quase um PIB nacional de 2018, que foi de 6,8 trilhões.

O cálculo foi feito com base em estimativas do valor monetário dos serviços naturais das florestas tropicais, que vão da regularização dos regimes de chuva, com suas consequências no meio ambiente e na geração de energia, ao imprescindível apoio natural à atividade agrícola promovido pela biodiversidade:

“Com base em valores médios de todo o mundo, um hectare de floresta tropical pode gerar um benefício estimado de US$ 5,382/hectare/ano pela prestação de 17 diferentes tipos de serviços ecossistêmicos, incluindo regulação climática, gestão da água, controle da erosão, polinização, controle biológico, serviços culturais e recreativos, entre outros (Costanza et al., 2014). Para campos naturais e pastagens, em geral, a média global é de US$ 4,166/hectare/ano”, diz o trabalho. “Se simplificarmos e assumirmos que a Amazônia, Mata Atlântica e Caatinga são compostas exclusivamente de floresta, Cerrado e Pampa por campos e savanas e Pantanal por planícies aluviais, a perda de 270 milhões de hectares de vegetação nativa desprotegida (incluindo 167 milhões de hectares de Reservas Legais) resultaria em perdas de cerca de R$ 6 trilhões por ano.”

O trabalho é coordenado pelo ecólogo Jean Paul Metzger, do Instituto de Biociências (IB) da USP, em colaboração com colegas da Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (Abeco) e do grupo Coalizão Ciência e Sociedade.

=> Extinção das Reservas Legais causaria prejuízo trilionário ao Brasil (Jornal da USP 06/09/19)